Essa Prática de cenário aberto, foi realizada durante a pandemia pela professora Sueli Perazzoli Trindade na disciplina de Arte sobre o tema “Ressignificar os espaços da arquitetura e urbanismo em tempos de COVID-19”, na Escola de Educação Básica Professora Adelina Régis. Os alunos interagiram com cientistas sociais, pesquisadores educacionais e comunidade local, incluindo familiares. Foi apoiado pela APC PUC-PR
IMPORTAR-SE: Os alunos estavam envolvidos na discussão sobre o plano de contingência COVID-19. Os participantes foram 104 alunos, entre 14 e 16 anos, da 2ª série do ensino médio, tendo 78 deles concluído a ação científica, junto aos seus familiares, um professor, um pesquisador e um cientista que compartilharam suas preocupações sobre a COVID-19. Todos envolveram na ação de identificar as situações problemáticas nos espaços urbanos que favorecem a disseminação do vírus, inspirando-se no estudo das grandes invenções, especialmente obras arquitetônicas, na época do Renascimento, em particular o projeto de Leonardo Da Vinci, “a cidade do futuro”, criado a partir da epidemia das peste negra na Europa.
CONHECER: Foram trabalhados, de forma interdisciplinar e transdisciplinar, conhecimentos curriculares enfatizando a análise de dados históricos e científicos nas disciplinas de Arte e Ciências. Isso possibilitou, de forma prática, a interação e o protagonismo dos(as) estudantes no processo de aprendizagem. Pesquisas, discussão e aplicação de conceitos sobre qualidade de vida, saúde, prevenção, arte e ciência, linguagem e comunicação, arquitetura e urbanismo, pandemia, grandes invenções período renascentista e maquetaria permearam todas as ações do projeto.
As habilidades de reflexão, discussão e construção, foram desenvolvidas por meio de práticas individuais e coletivas contemplando a análise e experiências que abordaram os monumentos do patrimônio artístico e cultural contextualizados com a COVID-19. O resultado mostra as percepções dos(as) estudantes ao falar com propriedade sobre o coronavírus, as atitudes e hábitos para combater a contaminação na escola, família e sociedade e as necessidades arquitetônicas combativas na disseminação de vírus.
Enquanto atitudes a serem desenvolvidas, apostou-se na valorização dos espaços urbanos; na criação de ideias para sanar situações problemas na arquitetura e urbanismo; a de identificar as medidas de prevenção contra a COVID- 19 nos espaços urbanos; no ato de ressignificar do currículo escolar com teorias e práticas em tempos de COVID-19; a de valorizar o conhecimento construído no ambiente escolar para a vida em sociedade e a de promover reflexões com cunho científico na escola, família e comunidade sobre as inovações humanas.
FAZER: Os alunos estiveram envoltos nas seguintes atividades:
CONSTATAÇÕES: A metodologia de cenário aberto utilizado foi a aprendizagem colaborativa baseada em projetos. Os alunos trouxeram suas próprias perguntas, discutidas com os cientistas e suas famílias. Os professores acharam a atividade de ensino aberto útil e como a escola oferece um ensino por áreas de conhecimento, facilitou o planejamento de ações e a aplicabilidade das atividades de aprendizagem. As adaptações ocorreram de acordo com as teorias e práticas de aprendizagem do Novo Ensino Médio. Os professores se reúnem semanalmente e buscam teorias e práticas compatíveis com o assunto abordado, recursos tecnológicos que ampliam as possibilidades de acesso a Ciência. De forma geral, abordar questões sócio científicas encaixou-se perfeitamente no currículo escolar por explorar e complementar ações já desenvolvidas e baseadas em competências e habilidades no ensino por áreas de conhecimento.
RESULTADOS: A participação dos(as) estudantes foi significativa na realização das atividades. Evidenciou-se que o diálogo entre as áreas de conhecimento foi relevante para o engajamento, interação e produção do conhecimento científico. Estudantes se sentiram protagonistas nos processos de aprendizagem. Houve mudanças de atitudes e hábitos em relação aos cuidados na prevenção da COVID-19 nos espaços da escola, na família e na sociedade. No entanto, nem sempre é possível atingir a participação de todos, porém, observa-se que a quantidade é mínima de estudantes que não foram incluídos no processo de aprendizagem.
Durante o fazer da maquete ficou visível que os(as) estudantes abraçaram a proposta, pois estavam confiantes da capacidade de pensar, criar e produzir. A liberdade de criação na maquete despertou mais interesse nos(as) estudantes, porque se sentiram sujeitos no processo. A confiança se autoafirma quando os atores se identificam como protagonistas com autonomia nas decisões responsáveis.
No entanto, o próprio distanciamento social gerado pelo período pandêmico, causou muitos transtornos na rotina escolar, entre as quais impossibilitaram o contato com cientistas. O retorno das aulas presenciais com 50% dos(as) estudantes, em forma de rodízio, reduziu o tempo para a realização das atividades de aprendizagem.