Este relatório de Melhores Práticas apresenta uma iniciativa de escolarização aberta chamada CONNECT PUCPR, que foi desenvolvida pelo Professor Rafael Camargo em colaboração com a ONG ODPH – Organização para o Desenvolvimento do Potencial Humano, de 3 de março a 28 de junho de 2022. As atividades incluíram um profissional em educação artística e pesquisa científica. Esta iniciativa foi apoiada pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná. Mais informações sobre esta prática foram apresentadas anteriormente aqui.
Etapa “IMPORTAR-SE”: Os alunos se envolveram com a possibilidade de usar o desenho e a arte para visualizar problemas da vida real e discutir os melhores lugares para brincar e explorar seu ambiente local. Os 20 alunos que participaram das atividades tinham entre 10 e 14 anos e frequentavam escolas públicas locais pela manhã, enquanto estudavam na ONG à tarde.
Etapa“CONHECER”: Os alunos utilizaram seus conhecimentos em exercícios de pensamento visual, perspectiva, desenvolvimento de personagens e folhas-modelo, aspectos de 3D e volumetria, coloração, discussão e colaboração para desenvolver um mural coletivo de arte e narrativa, explorando o problema histórico local de um rio poluído.
Etapa FAZER: Ao final da iniciativa, os alunos prepararam Mapas Mentais Ilustrados para registrar pontos de interesse pessoal e criaram dois Murais de Arte para expressar e compartilhar suas ideias. Um dos murais registrou sua “visão” e sonhos, enquanto o outro visualizou dados/ações e lugares na cidade e na comunidade. Acreditamos que a ciência e os problemas científicos devem ser integrados e visualizados com fácil compreensão para pessoas vulneráveis vivendo em cenários complexos. As atividades foram concluídas em grupos com o apoio de três professores e um funcionário do departamento de limpeza.
Resultados relacionados à abordagem de Escolarização Aberta: Esta atividade não fazia parte do currículo, mas foi relevante na integração de estudantes e professores universitários com comunidades vulneráveis, com foco na visualização de um problema e compartilhamento de uma visão de futuro. A escolarização aberta pode ser útil para outros professores, pois pode fornecer um processo colaborativo, não caro e cocriativo para facilitar a explicação de conteúdo complexo para comunidades vulneráveis, visualizando dados, desenhando projetos, registrando um sistema de ideias e sensibilizando pessoas para se tornarem agentes de mudança.
Resultados dos alunos: Os alunos se envolveram em arte e no ciclo cultural de Paulo Freire, discussões para descobrir temas locais e gostaram do processo. Após três semanas, observei que eles estavam mais confiantes no processo, comigo como “pesquisador” e com nosso propósito comum. Por exemplo, um aluno mencionou os momentos muito difíceis que viviam com suas famílias e crimes locais, bem como a dificuldade de brincar ou mesmo estar perto do rio porque estava sempre sujo e poluído, e não havia muitos bons lugares para brincar perto da escola/ONG. Acredito que esta coleta de sentimentos e opiniões, especialmente de crianças vivendo em cenários vulneráveis, é uma oportunidade de ouvir problemas reais e integrar a universidade à sociedade. Portanto, o resultado é mais profundo do que apenas o método ou mesmo essa experiência vivida. Para os alunos, essa troca constante pode ampliar sua visão de mundo e proporcionar possibilidades de mudar dificuldades.